Autora de
várias obras infantis, Fátima Langa expõe no primeiro Festival
Literário da Matola - LITERATAS 2015, decorrendo no Posto Administrativo da
Machava.
A avozinha
– como também é conhecida Fátima Langa, nas suas obras tem-se
preocupado em imortalizar o “karingana wa karingana”, que os nossos ancestrais
não escreveram pela falta de domínio da escrita, mas que transmitem uma lição
de moral forte. E nos seus mais recentes livros, nomeadamente, “ O Galo e o
Coelho” e “ Ndinema vai à Escola” – expostos no espaço do Festival, o objectivo
não descora dos seus ideais.
Ela escreve não
apenas em língua portuguesa. Já trilhou em Português / Emakhuwa, Português/Xichope,
e Português/ Shimakonde, pois tem a consciência da imperiosa necessidade da prática
do bilingue. “Conclui-se que, as crianças assimilam melhor o ensino nas suas
línguas maternas”, disse a escritora, que deseja ver as suas obras traduzidas
em todas línguas nacionais. Importa salientar que, já transcreveu e publicou
uma das suas obras em braille
A autora da
“Jibóia no Congelador” conta que, está muito satisfeita pelo Festival
Literário, pois já era a altura do solo moçambicano acolher um evento dessa
natureza. “Moçambique cresceu muito no campo da literatura, e esse é um passo
muito grande para a nossa literatura”, disse.
Fátima Langa acredita
que, o intercâmbio entre escritores moçambicanos e internacionais vai fazer do
festival um espaço importante de troca de experiências. Para a autora de “ O
rapaz e a Raposa”, eventos como o LITERATAS expandem o horizonte dos
participantes.
Esta é uma
oportunidade de fazer com que alguns escritores no anonimato emirjam. “Existem
muitos jovens que escrevem e encaram muitas barreiras, uma delas é o da publicação
das suas obras. Se esses jovens aderirem ao festival, será uma forma de
descobrirem muitas oportunidades com os mais velhos na área e, poderão dar um
grande passo”, disse Fátima Langa.
O evento veio
mostrar que Moçambique tem muito a oferecer ao mundo, um exemplo de que a
literatura moçambicana vive. “É uma oportunidade para valorizarem os escritores
moçambicanos, e quiçá abrir mais portas de festivais literários internacionalmente
para escritores moçambicanos” espera Fátima Langa.
Fátima sente
que, faltam mulheres no meandro literário moçambicano. E encoraja as suas
congéneres a escrever. “A mulher tem muito para escrever” não dúvida a
escritora. Esta acredita também que, eventos como o LITERATAS poderiam ajudar
para a emergência de escritoras.
Ao longo da sua
carreira já teve a oportunidade de participar em algumas feiras e festivais a
nível internacional, como 13ª exposição internacional do livro infanto-juvenil,
no Rio de Janeiro - Brasil, Festival cultural em Havana - Cuba e crê que,
Moçambique tem capacidade de fazer um evento a altura dos internacionais e o
LITERATAS e um exemplo disso.
A escritora
apela aos pais, encarregados de educação, crianças, e a sociedade no geral a
participarem do Festival Literário – LITERATAS 2015.
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