Quando poucos dias faltam para o
primeiro Festival de Literário da Matola, Literatas 2015, a ser realizado no
Posto Administrativo da Machava, a nossa equipa conversou com o escritor
Juvenal Bucuane – presença confirmada no evento, para medir o pulsar do autor
em relação a festa literária que vai ser de 23 a 25 do corrente mês.
Para o autor de “A Raiz e o Canto” o primeiro coordenador
da revista literária destacável no País, “Charrua”, o Literatas é um daqueles eventos raros em Moçambique. E fazer parte
do mesmo é uma alegria.
Este é o primeiro festival de literatura em Moçambique.
No espaço da estátua do Presidente Samora Machel, na Machava, estará presente uma
carga artística moçambicana jamais vista em eventos literários. E ainda, vai
contar com escritores estrangeiros, o que torna o Literatas num Festival Internacional.
O autor de que lançou neste ano a obra poética “O Fundo
Pardo das Coisas” acredita que, o Literatas
vai catapultar a literatura moçambicana. “A literatura moçambicana é muito
esparsa. E esta será uma oportunidade dos leitores privarem com um “exército”
de escritores moçambicanos no mesmo espaço. E, igualmente, uma oportunidade
para que outros países sintam que, em Moçambique se faz literatura, e passem a
respeitar” disse Juvenal Bucuane. E acrescentou, “a partir deste festival
podemos ser chamados para festivais internacionais”.
Numa altura em que, a literatura ocupa cada vez menos
espaço na vida da juventude, espera-se que, o Literatas tenha o condão de
promover o gosto pela leitura aos jovens.
Bucuane defende que, uma série de factores poderão fazer
com que os jovens gostem da literatura - escrita, leitura e declamação. A
oportunidade de privar em carne viva com os escritores dará um input nesse sentido. “Privar com os
escritores poderá inspirar aos jovens, o Festival está aberto a conversa, entre
escritores e o público” disse.
Em 2006, o autor de “ Kumbeza” foi convidado a participar
dum festival literário internacional, no Brasil – Pernambuco - Festival sobre o
Poeta. O escritor sente que, pela organização que se pretende para o Literatas, este em nada deixará a
desejar comparativamente aos festivais internacionais.
Autor também de obras como “Requiem: Com os Olhos Secos”,
e “Xefina e O Segredo da Alma”, Juvenal Bucuane tem a sua obra dividida entre
poesia e prosa. A sua última obra foi lançada em 2015, “O Fundo Pardo das
Coisas”, em poesia. Livro este que, Bucuane acredita denotar uma evolução e
amadurecimento na sua obra literária. E recomenda aos amantes da literatura.
Bucuane apela ao público a afluir à Matola. Apoiar a
literatura moçambicana em presença.
O escritor com pouco mais de 30 anos de carreira vê com
bons olhos o estágio actual da literatura moçambicana. O surgimento de novos
escritores é um indício da boa saúde da qual goza a literatura Moçambicana. Mas
Bucuana lamenta o facto de esse surgimento não ser acompanhado por
conselheiros, que pudessem indicar os caminhos a seguir. “Para que os jovens
escrevam com qualidade, devem ser acompanhados por escritores consagrados”, acredita.
Aos mais jovens escritores aconselha a apostarem na
humildade, e honestidade no que escrevem. Quando fala-se de honestidade na
escrita, fala-se da verdade das obras, defende. O escritor deve escrever o que
acredita. “O escritor é veiculador de conhecimento, não se pode fazer com que
as pessoas leiam falsidade, sobre pena de destruir o espírito da sociedade”
adverte.
Bucuane não cansa
de escrever. Tem no momento vários livros na fase final. Em poesia tem dois
livros quase terminados - no momento, só está a burilar, corrigindo. Em prosa
tem um, em fase terminal. E tem uma trilogia abordando toda a sua carreira
literária - Discursos literários. Estes estão já na revisão. Sem adiantar datas,
garante que, serão todos lançados a partir do próximo ano - 2016.
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